sábado, 21 de maio de 2011

ESCATOLOGIA

ESCATOLOGIA

Autor: Pr. Marcelo Rodrigues de Aguiar (*)
1. O FIM DO MUNDO
“Escatologia” é a “doutrina das últimas coisas”. Todo apocalipse é escatológico, mas nem toda escatologia é apocalíptica. Para estabelecer mundo.jpguma doutrina, é preferível usar os textos proféticos (Mt 24,25; 1Co 15; 1Ts 4,5; 2Ts 2; 2Pe 3) aos apocalípticos (Dn, Ap), que são simbólicos.
O mundo vai acabar? Não há dúvida quanto a isso. Quando e como? A Bíblia atesta o fim (Mt 24.1-3,29; 2Pe 3.7,10-13; Is 34.4; Ap 6.13,14; 21.1). Destruição total do planeta. Não um paraíso na Terra, como querem as Testemunhas de Jeová.
Deus mantém a data em segredo (Mt 24.36,44,50; 25.13; At 1.7; 1Ts 5.2; 2Pe 3.10). Prever datas é antibíblico. Não há porque nos deixarmos enganar.
Não podemos marcar datas, mas podemos identificar sinais da aproximação do fim do mundo (Mt 24.32,33): falsos profetas (Mt 24.5,11; 2Pe 2.1; 1Jo 4.1); guerras e rumores de guerras (Mt 24.6; Zc 14.13; Ap 6.4); fomes e pestes (Mt 24.7; Lc 21.11; Ap 6.5,8); terremotos (Mt 24.7; Ap 11.13); perseguição generalizada (Mt 24.9; Mc 13.12,13; 1Pe 4.12); escândalos, traição e ódio (Mt 24.10; 2Tm 3.13; Jd 1.18); multiplicação da iniqüidade e esfriamento do amor (Mt 24.12); pregação do evangelho a todo o mundo (Mt 24.14; At 1.8); paz enganosa (1Ts 5.3; Mt 24.37-39); surgimento do anticristo (2Ts 2.1-4; 1Jo 2.18,22; Ap 13.18).
Estamos preparados (2Pe 3.9-14)? É isso o que importa.

2. A GRANDE TRIBULAÇÃO
Antes da volta de Cristo e do fim do mundo haverá a maior perseguição já vista (Mt 24.21). Em seu sermão profético, Jesus previu a queda de Jerusalém (70 dC) e a usou como “tipo” da grande tribulação (Mt 24.29,30). Ela será intensa; será universal; será marcada pela apostasia; será comandada pelo anticristo.
Quem é o anticristo? Todo o que é contra Cristo (2Jo 1.7); mas, em particular, o líder da grande tribulação (2Ts 2.1-4). Ele será um homem (Ap 13.18); ele será usado por Satanás (Ap 13.1,2); ele terá apoio religioso (Ap 13.11,12); ele será um líder mundial (Ap 13.8); ele perseguirá os crentes (Ap 13.7). Por enquanto, algo detém a sua manifestação (2Ts 2.6-10). O quê? A igreja, o Espírito Santo? O mandado de Deus!
A igreja passará pela grande tribulação (Ap 3.10; 7.13,14; 13.7; At 14.22). “Pré-tribulacionismo” não é bíblico. A tribulação culminará numa campanha mundial de extermínio dos crentes (Ap 13.16,17; 16.13-16). Ela terminará com a intervenção direta da volta de Cristo, a “parousia” (Ap 19.11-21).
A situação atual é favorável ao cumprimento dessas profecias. Ecumenismo, Nova Era, globalização, unificação política e econômica, controle tecnológico, apostasia cristã. Isso não nos traz medo, mas alegria: breve Jesus voltará (Lc 11.25-28).

3. A VOLTA DE CRISTO
Deus nunca deixou de cumprir uma promessa, e a volta de Cristo é a promessa mais repetida na Bíblia (Jo 14.1-3; Hb 9.27,28; 2Pe 3.9). Identificamos os sinais. Como será?
A volta de Cristo encerrará a grande tribulação. Ele virá em socorro dos seus (Ap 20.9); aniquilará o anticristo (2Ts 2.8); banirá o diabo (Ap 20.10).
A volta de Cristo será visível. Todo olho o verá (Mt 24.29,30; At 1.9-11; Ap 1.7). Não há “volta invisível” de Jesus na Bíblia, como querem os adventistas e os pré-milenistas.
A volta de Cristo será acompanhada dos anjos. Todos eles o acompanharão em sua glória (Mt 25.31; Jd 1.14,15). O que era invisível será visto.
A volta de Cristo ressuscitará os mortos. Simultaneamente, os mortos ressurgirão, transformados (Dn 12.2; Jo 5.25-29). Todos: salvos e perdidos.
A volta de Cristo transformará os vivos. Isso ocorrerá logo após a ressurreição dos mortos (1Co 15.50-52). Todos receberão um corpo eterno, incorruptível.
A volta de Cristo arrebatará os salvos. Quer ressuscitados, quer transformados, irão unir-se a Jesus nas nuvens (Mt 24.29-31,40,41; 1Ts 4.13-18). “Boas-vindas”!
A volta de Cristo encerrará as oportunidades. Não haverá mais chances de salvação (Ap 6.12-17). Por isso será dia de lamento. Aproveitemos o tempo (Jo 9.4).
A volta de Cristo iniciará o juízo final. Terá início o julgamento (Mt 25.31,32; At 17.21; Jo 5.22; Rm 2.16; 2Tm 4.1). Depois, haverá a separação final.
4. O MILÊNIO
As principais posições escatológicas cristãs derivam de interpretações de Ap 20.1-10. Normalmente, essas interpretações são extrapoladas para o resto da Bíblia. As 3 mais comuns, e suas expressões mais comuns, são:
PÓS-MILENISMO: Afirma que o milênio é uma realidade terrestre. A igreja evangelizará o mundo e o converterá. Então haverá um longo período de paz na terra (milênio). Depois emergirá um período de apostasia e maldade, lideradas pelo anticristo. Jesus voltará, ocorrerá a ressurreição, o arrebatamento e o juízo. Posição defendida por Ticônio (Séc IV), Holis Head (Séc XIX) e Wodrow Wilson (Séc XX). Incentivou o imperialismo americano, o nazismo, etc. A Bíblia nega a conversão do mundo (1Jo 2.15-17; 5.19). Diz que ele vai piorar (1Tm 4.1; 2Tm 3.1-5,13; 4.3,4).
PRÉ-MILENISMO: Também afirma que o milênio é uma realidade terrestre. Cristo o estabelecerá com sua volta. Será precedido pela grande tribulação e o arrebatamento da igreja. Satanás será amarrado. Israel se converterá e reinará com Cristo. Depois de mil anos Satanás será solto. Haverá uma nova revolta. Virá o juízo final. Os ímpios mortos ressuscitarão. Virá o juízo final, que determinará o destino eterno das pessoas. Posição defendida por Justino (Séc II), Irineu (Séc II), Padre Ribeira e Belarmino (Séc XVI), J. N. Darby (Séc XIX), Scofield (Séc XIX), Win Malgo (Séc XX), “Deixados Para Trás” (Séc XXI). Cristo desfez a distinção entre judeus e gentios (Rm 2.28,29; 10.12; Gl 3.28,29). Cristo não veio salvar os judeus, e sim o mundo (Jo 1.29; 3.16; 4.42). O reino de Cristo não é político (Jo 18.36; Lc 17.20,21; Rm 14.17; 1Co 15.50). Não haverá uma restauração da Lei (Gl 2.16; 3.3; Hb 8.13; 10.4). A Bíblia não prevê duas voltas de Cristo (Hb 9.27,28), nem uma volta invisível (Ap 1.7), nem um arrebatamento invisível (1Ts 4.16,17), nem uma ressurreição só de salvos (Jo 5.28,29).
AMILENISMO: Afirma que o milênio é simbólico. Não haverá um reino terrestre de Cristo com mil anos de duração. Após a grande tribulação, Jesus voltará. Sua volta ressuscitará todos, arrebatará a igreja e trará o juízo. Posição defendida por Agostinho (Séc IV), Lutero (Séc XVI), Calvino (Séc XVI), todas as igrejas evangélicas até o Séc XX, declaração doutrinária da Convenção Batista Brasileira. Mil anos é um tempo simbólico (Sl 90.4; 2Pe 3.8). Satanás amarrado = limitado (Mc 3.27; Lc 10.18; 11.21,22; Jo 12.31; 16.11). Só haverá uma volta de Cristo. Ela será visível. O arrebatamento será visível. Todos ressuscitarão, seguindo-se o juízo final e a separação eterna.
ANÁLISE AMILENISTA DE APOCALIPSE 20.1-10: Satanás é amarrado apenas no sentido de enganar as nações tornando-as perseguidoras (1-3). A primeira ressurreição é a espiritual (Col 3.1). A segunda é a física. A primeira morte é a física. A segunda é a espiritual. Os salvos reinam com Cristo no céu (4-6). Novamente liberado para enganar as nações, Satanás promoverá a grande tribulação (7,8). Jesus voltará, salvará a igreja, lançará Satanás no inferno, iniciará o juízo final (9,10).
5. O NOVO CÉU E A NOVA TERRA
Novo céu e nova terra é o destino final da família de Deus (Sl 115.16). Uma longa jornada.
Estado intermediário. O que há depois da morte? “Ninguém voltou”. Jesus sim! E contou (Lc 16.19-31). Os mortos estão conscientes, separados, antecipam em espírito (Ap 6.9-10; 7.9-17). Aguardam lugar definitivo.
Juízo final. Após a ressurreição, a transformação e o arrebatamento, virá o julgamento, o destino eterno e o galardão. Cristo será o juiz (2Tm 4.1). A humanidade, os réus (2Co 5.10). Livros das obras X livro da vida (Ap 20.11-15).
Inferno. “Geena”, fogo que não se apaga (Mc 9.43,44), verme que não morre (Is 66.24), companhia dos perversos (Sl 9.17), presença dos demônios (Mt 25.41), vista do céu (Lc 13.28). É um lugar, e é eterno.
Novo céu e nova terra. Capital: Nova Jerusalém (Ap 21,22). Companhia dos salvos (Ap 22.14), presença dos anjos (Hb 12.22), alegria eterna (Ap 21.4), a face de Jesus (Ap 22.3-5). É um lugar, e é eterno.
Tudo o que aprendemos sobre escatologia deve encher-nos de santo temor, de zelo evangelístico, de inabalável coragem, de urgente arrependimento e de extrema alegria.
(*) Pr Marcelo Rodrigues de Aguiar é pastor adjunto da Igreja Batista em Mata da Praia, professor do SETEBES – Seminário Teológico Batista do Estados do Espírito Santo, bacharel em Teologia e Psicologia, Psicólogo clínico e escritor.

OS NOMES DE DEUS

OS NOMES DE DEUS

Autor: Pr. Marcelo Rodrigues de Aguiar (*)
Deus tem umimagem1.jpg nome? Qual é o nome de Deus?
Para responder a esta pergunta, precisamos primeiro fazer outra: o que é um nome? Para que ele serve? Os nomes servem para distinguir duas ou mais coisas que pertençam ao mesmo gênero (por exemplo: nós, seres humanos, precisamos de nomes porque somos bilhões sobre a terra). Neste sentido Deus não precisa de nome, porque é único, e deve ser chamado simplesmente de Deus. “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus (Is. 44.6). Os que dizem que Deus tem um nome e que devemos chamá-lo de Jeová estão, assim, totalmente errados.
No entanto, os nomes também podem ter outro propósito: destacar as qualidades de uma coisa ou pessoa. Neste último sentido Deus tem muitos nomes, porque possui inúmeras qualidades. Encontramos na Bíblia nomes que Deus atribuiu a si próprio, e outros que pessoas inspiradas atribuíram a Ele em momentos especiais. Como cada nome põe em relevo um atributo ou qualidade de Deus, conhecer os nomes divinos pode ser algo muito proveitoso, na medida em que permite-nos conhecer melhor o nosso Criador.

1) El – Deus ou deus
Significa “Deus” no sentido mais abrangente do termo. Pode ser aplicado ao Deus verdadeiro (Sl 77.14) ou a um deus falso (Is 44.17). Na maior parte das vezes que aparece na Bíblia refere-se ao Deus verdadeiro. Por ter um significado muito amplo raramente aparece só; vem acompanhado de adjetivos e títulos, e forma nomes compostos. Nas línguas semitas, também é o termo empregado para Deus. Na religião cananéia, era identificado como o maioral dos deuses e pai de Baal (um nome próprio, portanto). O livro da Bíblia que mais utiliza a palavra El é Jó. Este nome de Deus aparece na formação de muitos nomes próprios: Ismael (Deus ouve), Israel (Deus luta), Miguel (quem é como Deus), Daniel (Deus é juiz), Elimeleque (Deus é rei), Elias e Joel (Yahweh é Deus), Ezequiel (Deus fortalece), Emanuel (Deus conosco), etc.. A raiz da palavra El vem do termo hebraico para “forte”; logo, El significa “poderoso” (Is 9.6).

2) Eloah – Deus ou deusForma antiga e ampliada de El. Esta palavra estava em uso desde tempos mais remotos, e foi gradativamente caindo em desuso. Após o cativeiro o termo voltou a ser usado, de modo limitado, devido a uma preocupação em retornar aos fundamentos antigos. Quase sempre usado para designar o Deus verdadeiro, e ao contrário de El, dispensa adjetivos. Aparece quase exclusivamente no livro de Jó (Jó 11.7). Tanto El quanto Eloah destacam o poder de Deus. São nomes que transmitem conforto e segurança ao povo de Deus (Pv 30.5), mas temor aos seus inimigos (Sl 50.22). Eles nos lembram que Deus merece nossa confiança e nosso respeito.

3) Elohim – Deus ou deuses
Forma plural de El, formada com o acréscimo do sufixo “im”. Pode referir-se ao Deus verdadeiro (Gn 1.1) ou a deuses falsos (Sl 138.1); só o contexto estabelece a diferença. Elohim é muito mais usado do que El ou Eloah (Êx 3.6). No Calvário, Jesus utilizou uma expressão aramaica do termo, citando o Salmo 22.1 ( Mt 27.46). Em várias ocasiões Elohim aparece ligado a Yahweh, outro nome de Deus (Js 22.22). O mais surpreendente a respeito de Elohim é que, ainda que seja uma palavra plural, frequentemente é usada com o verbo no singular. Isso ocorre porque Elohim é o nome que expressa a Trindade divina: um Deus em três pessoas (Gn 1.26). É um nome que nos lembra que o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus. Por isso o termo é importantíssimo para os cristãos em seus debates com espíritas, Testemunhas de Jeová, judeus e muçulmanos. Deus é triúno.
4) El-Shaddai – Deus Todo-Poderoso
Forma composta de El. Mais usada nos primórdios do VT (Gn 17.1; 28.3; 35.11; 48.3) e no livro de Jó (Jó 5.17, etc.). Deus também se apresenta como todo-poderoso no NT (Ap 1.8, etc.). Este nome põe em destaque a força de Deus, intensificando o significado de El e indo além dele: Deus não é apenas poderoso, é todo-poderoso. Se Elohim é o nome da Trindade, El-Shaddai é o nome da Onipotência. A Bíblia não admite concorrentes: não há um deus do bem e um deus do mal. Para El-Shaddai nada é impossível. Por isso devemos ter fé (Mc 9.23). Por isso devemos descansar (Is 32.18).
5) El-Olan – Deus Eterno
Nome com o qual Abraão invocou o Senhor (Gn 21.33). Aparece em outras partes do VT (Is 40.28). A forma original do nome é El-dhu-Olami, que significa “Deus da eternidade”. É o nome que enfatiza a eternidade e imutabilidade de Deus (Sl 90.1,2; Ml 3.6; Tg 1.17). Ele sempre existiu e existirá, e sempre foi do jeito que é. Essa característica de Deus permite-nos confiar nele plenamente.
6) El-Rói – Deus que Vê
Dessa forma chamou Agar ao Senhor, quando lhe apareceu no deserto (Gn 16.13). É o nome da Onisciência divina. Os olhos do Senhor estão por toda parte (2Cr 16.9). Eles atentam especialmente para os seus filhos (Sl 33.18,19). Enxerga o nosso interior (Sl 139.1-24). Jesus deu mostras desse atributo divino (Jo 1.47-49). No Apocalipse, sua Onisciência é simbolizada pelos olhos de fogo (Ap 1.14).
7) El-Elohe-Israel – Deus, o Deus de Israel
Jacó havia acabado de receber de Deus o nome de “Israel” quando edificou um altar e dedicou-o a “Deus, o Deus de Israel” (Gn 33.20). Com isso quis deixar claro que o Senhor era o seu Deus, e não apenas de Abraão e Isaque. Como Jacó, precisamos fazer do Senhor o nosso Deus. Como fazemos parte do Israel de Deus (Gl 6.16), El-Elohe-Israel é o Deus de todo cristão, é o Deus da igreja.
8) El-Betel – Deus da Casa de Deus
Este nome também foi dado por Jacó (Gn 35.7), lembrando-se do sonho que tivera 20 anos antes. Naquela ocasião ele havia chamado o mesmo lugar de Betel, que significa “casa de Deus” (Gn 28.16-19). É um nome que evoca culto, adoração, bênção e reverência. Devemos ter respeito pelo templo, que é a casa de Deus (Hab. 2.20); frequentá-lo sempre (2Cr 7.15,16); lembrar que a igreja é a casa espiritual de Deus (1Tm 3.15).
9) Elyon – O Altíssimo
A Bíblia diz que Melquisedeque era sacerdote de Elyon, o “Deus Altíssimo” (Gn 14.18-20). Ela deixa claro que esse não era um deus diferente, mas o mesmo que Abraão chamava de El-Shaddai e Yahweh (Gn 14.22). Era um nome usado não só pelos israelitas, mas por povos vizinhos (Nm 24.16). Trata-se de um nome que exalta a santidade de Deus, a sua transcendência, a sua pureza (Sl 7.17). Ele nos lembra que Deus é santo e puro, e merece todo o respeito (Ec 5.2).
10) Adonai – Senhor
Esta palavra significa “senhor”, referindo-se a um patrão, proprietário ou o próprio Deus (1Re 2.26). Entra na composição de vários nomes próprios, como Adonias (Deus é senhor). Se nos referimos a Deus como Adonai declaramos que ele é nosso proprietário, aquele a quem servimos. Os judeus, para não pronunciar a palavra Yahweh, substituíam-na na leitura bíblica pela palavra Adonai.
11) Yahweh – Eu Sou
Este é o nome mais usado para Deus em toda a Bíblia (5.321 ocorrências), o que tem despertado mais polêmica (ver as Testemunhas de Jeová), e também o de mais difícil interpretação (quanto à pronúncia e significado corretos). É formado pelo tetragrama YHWH, e normalmente traduzido em nossas Bíblias como Senhor (Gn 2.4), SENHOR (Gn 16.7) ou Jeová (Is 12.2). No período pós-exílico a reverência pelo nome de Deus (Êx 20.7) fez com que deixasse de ser pronunciado, substituído pela palavra Adonai. A partir de 1100 dC as vogais de Adonai foram incorporadas às consoantes YHWH, formando a palavra Jeová. Embora Yahweh já fosse conhecido desde o início de Gênesis (Gn 4.26; 22.14), seu significado só foi revelado à época de Moisés (Êx 6.2,3). Ele significa “eu sou”, ou “eu sou o que sou”, porque só o Senhor é Deus – os outros não são (Êx 3.13,14). Jesus reivindicou esse nome de Deus para si (Jo 8.58,59). Yahweh é um nome que aponta para a exclusividade de Deus. Vários nomes próprios na Bíblia foram formados a partir dele: Elias (Yahweh é Deus), Isaías (Yahweh deu salvação), Jônatas (Yahweh tem dado), Josué e Jesus (Yahweh salva).
12) Yah – Eu Sou (abreviação)
Esta é uma forma contraída de Yahweh. Ocorre 50 vezes no Velho Testamento, sendo traduzida como “Senhor”. É transliterado no Salmo 68.4. Esta forma contraída entra na composição de diversos nomes próprios bíblicos, e na formação da palavra Aleluia, que significa “louvado seja Yah” (Sl 150.1,6).
13) Yahweh-Tsabaoth – O Senhor dos Exércitos
Este nome de Deus não ocorre no Pentateuco. Aparece pela primeira vez em 1 Samuel 1.3. Foi usado por Davi ao enfrentar o gigante filisteu (1Sm 17.45) e repetido nos seus cantos de vitória (Sl 24.10). É comumente encontrado nos livros dos profetas (Is 13.4; Jr 50.34; Ml 3.10). Que exércitos são estes aos quais se refere? Segundo alguns, os soldados israelitas; na opinião de outros, as estrelas e planetas. O mais provável é que se refira às hostes angelicais. É o nome guerreiro de Deus. O Senhor dos Exércitos luta contra os inimigos de seus servos, garantindo-lhes vitória e livramento
14) Yahweh-Shalom – O Senhor é Paz
Este nome foi dado a Deus por Gideão, quando lhe erigiu um altar (Jz 6.22-24). Gideão estava atemorizado porque os midianitas invadiam o território de Israel, e também porque havia visto o Anjo do Senhor, mas Deus lhe disse: Paz seja contigo. Apesar de ser um Deus guerreiro, o Senhor almeja a paz para os seus servos (Sl 29.11). Ele é o Príncipe da Paz (Is 9.6). Ele não é Deus de confusão (1Co 14.33), e sim de paz (Rm 15.33). Logo, espera-se que seus seguidores sejam promotores da paz (Mt 5.9).
15) Yahweh-Rafah – O Senhor que Sara
Chegando a Mara, o povo de Israel encontrou águas amargas. Deus curou-as e disse-lhes que, se andassem nos seus caminhos, não sofreriam as enfermidades enviadas contra os egípcios. E acrescentou: “Eu sou o Senhor que te sara” (Êx 15.26). Este nome chama a atenção para o fato de que Deus é o provedor da saúde, aquele de quem as curas procedem (Tg 1.17). Toda cura é divina (Sl 103.3), ainda que Ele possa usar os médicos (At 28.9) e os remédios (Is 38.21). Uma das tarefas às quais Jesus mais se dedicou foi a cura aos enfermos (Mt 4.23). Ele espera que a igreja também ore pelos doentes (Tg 5.16).
16) Yahweh-Samah – O Senhor Está Ali
Este é o nome que encerra o livro de Ezequiel (Ez 48.35). Fala de uma cidade na qual Deus estaria presente entre o seu povo. Essa cidade é descrita em detalhes em Apocalipse (Ap 21.1-4). Yahweh-Samah é um nome que nos lembra o fato de que Deus está conosco (na pessoa de seu Filho, o Emanuel), e de que nós estaremos com Ele na eternidade celestial.
17) Yahweh-Nissi – O Senhor é Minha Bandeira
Este nome foi dado por Moisés, após a célebre luta em que manteve as mãos erguidas para que Israel fosse vitorioso (Êx 17.15). Yahweh foi a bandeira sob a qual Israel lutava e a garantia de vitória de que dispunha. O nome nos traz a visão do Senhor como o ponto de convergência do seu povo, tal qual as bandeiras e estandartes nas batalhas. Tanto a idéia de vitória quanto a de união estão presentes.
18) Yahweh-Jireh – O Senhor Proverá
Nome dado por Abraão logo após o quase sacrifício de seu filho Isaque (Gn 22.14). Isaque havia perguntado a seu pai sobre o cordeiro para o sacrifício, e ele lhe dissera que o Senhor providenciaria (Gn 22.7,8,13). Séculos mais tarde, João Batista afirmaria que o Cordeiro que Deus providenciou para a nossa salvação é Jesus Cristo (Jo 1.29). O Senhor conhece as nossas necessidades – espirituais, físicas e emocionais – e promete supri-las (Fp 4.19).
19) Yahweh-Tsadiq – O Senhor é Nossa Justiça
Yahweh-Tsadiq (ou Yahweh-Tsidkenu) é um nome que aparece em Jeremias, e que significa “o Senhor é nossa justiça” (Jr 23.6; 33.16). Num mundo de tantas injustiças precisamos conservar a fé de que o Senhor fará com que o justo prevaleça. Devemos também lembrar-nos que a vingança e a retribuição não pertencem a nós, mas a Deus (Rm 12.19).
20) Abba – Pai
No Novo Testamento, encontramos Jesus referindo-se ao Pai utilizando uma palavra muito bela – Abba, que pode ser traduzida como “Pai” ou, mais fielmente, “Papai” (Mc 14.36). Numa época em que as pessoas tinham medo até de pronunciar o nome de Deus, Jesus mostrou-nos como ter uma relação de intimidade com Ele (Rm 8.15; Gl 4.6). É maravilhoso sabermos que temos em Deus um Pai perfeito: em amor, bondade, poder, justiça e sabedoria.
BIBLIOGRAFIAJ. D. Douglas. O Novo Dicionário da Bíblia. Vida Nova.
Harris, Archer e Waltke. Dicionário Internacional de Teologia do A. T. Vida Nova.
R. N. Champlin. O A. T. Interpretado Versículo por Versículo. Candeia.
W. Elwell. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. Vida Nova.
J. J. V. Allmen. Vocabulário Bíblico. Aste.










(*) Pr Marcelo Rodrigues de Aguiar é pastor Interino da Igreja Batista em Mata da Praia, professor do SETEBES – Seminário Teológico Batista do Estados do Espírito Santo, bacharel em Teologia e Psicologia,

PRÁTICAS DEVOCIONAIS

PRÁTICAS DEVOCIONAIS

Autor: Pr. Marcelo Rodrigues de Aguiar (*)
INTRODUÇÃO
As práticas devocionais são o exercício da alma. Algo conhecido antigamente (Mt 6.5,16). Hoje, esquecido.  
 Conseqüência: superficialidade.
 Inimigos: racionalidade, misticismo, ativismo.
 Buscamos a santificação. Mas não podemos alcançá-la por nossos esforços (Cl 2.16-23). Se as disciplinas espirituais buscarem isso, fracassarão. A santidade, como a salvação, é um dom de Deus.
 Dois abismos: legalismo e mundanismo. No meio, o “caminho da graça disciplinada”. Esse caminho não produz a mudança; ele apenas nos coloca no lugar onde a mudança pode acontecer.
 O erro dos fariseus: transformar as práticas devocionais em leis (Mt 5.20; Lc 18.9-14). Elas são o meio, não o fim. Simples, não complicadas. Para o cristão normal.
  •  MEDITAÇÃO
 Uma das práticas devocionais mais negligenciadas pelos cristãos modernos é a meditação. Entretanto, ela era comum nos tempos bíblicos (Gn 24.63; Sl 1.2; 19.14; 63.6; 104.34; 119.15; 119.148; 143.5; 1Tm 4.15).
 A meditação oriental é uma tentativa de esvaziar a mente. A meditação cristã é uma tentativa de prepará-la para ser cheia.
 Meditar é esperar em Deus. Aquietar-se. Refletir. Acalmar-se para escutar sua voz.
1) Reserve um horário (Sl 5.3).
2) Escolha um lugar (Hb 2.1).
3) Acalme o espírito (Sl 46.10).
4) Use a Bíblia (Sl 119.97).
5) Use a natureza (Sl 8.3-5).
6) Use os acontecimentos (Lc 2.19).
Através da meditação podemos conhecer Deus melhor e aprofundar nossa fé.
  • ORAÇÃO
Orar é a atividade mais nobre à qual um ser humano pode se entregar. Deus, na sua soberania, decidiu trabalhar em parceria conosco (1Co 3.9).
Raramente Jesus e os apóstolos pediam que se fizesse a vontade de Deus, porque já a conheciam (comunhão). Importância da meditação (1Jo 5.14).
Um dos principais ensinos bíblicos é que a oração está associada à fé (Tg 1.6,7). Grande ou pequena, Deus pode usá-la.
Uma das razões pelas quais acreditamos que nossas orações serão respondidas é porque elas são feitas em nome de Jesus (Jo 16.23,24).
Assim como a meditação, a oração pode ter um local e um horário específicos (Mc 1.35). Mas qualquer hora e lugar são propícios à oração (1Ts 5.17).
Uma vida de oração poderá livrar-nos do mundanismo e da ansiedade (Fp 4.6,7). Como as outras disciplinas espirituais, ela não nos transforma, mas coloca-nos em contato com Aquele que pode transformar-nos.
  • JEJUM
O jejum era uma prática comum nos tempos bíblicos. Moisés, Davi, Elias, Ester, Daniel, Jesus, Paulo e muitos outros jejuavam. Prática de várias religiões.
Definição: “O jejum bíblico é a abstenção de alimentos para finalidades espirituais” (Foster). Pode ser total (Lc 4.2), parcial (Dn 10.3) ou absoluto (At 9.9). Pode ainda ser individual (Mt 6.17,18) ou comunitário (2Cr 20.3).
Alguns jejuam para obter poder ou sensibilizar a Deus (At 23.12; 2Sm 12.15-23). Razões erradas.
O primeiro objetivo do jejum deve ser a glória de Deus (Zc 7.5). Ele também revela as coisas que nos controlam, ajuda-nos a manter nosso equilíbrio, mantêm-nos concentrados naquilo pelo que estamos orando; foca nossa atenção em Deus e prepara-nos para os embates espirituais.
Como acontece em todas as disciplinas, devemos observar, no jejum, certa progressão.
  • ESTUDO BÍBLICO
O estudo das Escrituras é fundamental para o crescimento cristão (Sl 119.11; Jo 5.39). Bons sentimentos ou experiências não libertam: só a verdade o faz (Jo 8.32). Sem conhecimento bíblico a vida religiosa se torna um perigo (Mt 22.29; Rm 10.2).
Embora a meditação e o estudo se sobreponham, eles não são iguais. A meditação na Bíblia inspira; o estudo da Bíblia instrui (2Tm 3.16,17).
A disciplina do estudo envolve quatro passos: repetição, concentração, compreensão e reflexão.
“Quando vamos à Escritura, vamos para ser transformados, não para obter informações” (Foster).
“Este livro me fará evitar o pecado, ou o pecado me fará evitar este livro” (Moody).
Estudar envolve dedicação e esforço. Além da Bíblia, estudar outros livros inspirativos. Sempre pedindo a direção do Espírito Santo.
Há pontos difíceis (2Pe 3.15,16). Comece pelos fáceis. Use versões diferentes. Consulte bons comentários. E pratique!
  • ADORAÇÃO
Cultuar a Deus é um veículo indispensável de crescimento. Adora é a forma correta de cultuar. A adoração inclui o louvor, mas vai além dele. Louvamos a Deus pelo que ele faz, mas adoramos a Deus pelo que ele é.
Deus procura adoradores (Jo 4.23). Só ele deve ser adorado (Mt 4.10).
Podemos adorar a Deus individualmente, mas há um lugar todo especial para a adoração em grupo (Sl 133.1,3). Culto em casa (Dt 6.4-9) e na igreja (Hb 10.25).
“Em casa, na minha própria casa, não há calor ou vigor em mim; mas na igreja, quando a multidão se congrega, em meu coração se acende um fogo que se espalha” (Lutero).
A música é parte importante da adoração. Desde o Velho Testamento havia uma hierarquia (1Cr 25.6).
A pregação da Palavra também é parte importante da adoração. Edificação e transformação (At 20.7).
  • CONTRIBUIÇÃO
A entrega de bens materiais pode ser um dos meios pelos quais a bênção do Senhor nos amadurece, desde que seja feita de forma consciente. Universal.
A primeira expressão de culto encontrada na Bíblia é a entrega material (Gn 4.3-5). No Velho Testamento, os sacrifícios eram usados na confissão, na gratidão e na adoração. Com a vinda de Jesus os sacrifícios cessaram, mas continuamos podendo adorar o Senhor com nossos bens.
O dízimo é anterior à Lei e posterior a ela (Gn 14.18-20; Mt 23.23). Entregá-lo é ato de culto, e deve ser feito no culto (Ml 3.7-10). Honramos a Deus com os nossos bens (Pv 3.9,10).
Ofertas também eram entregues nos tempos bíblicos. Para construção (Ex 36.4-7), para beneficência (At 11.27-30), etc.
Contribuir é uma prática devocional que, como todas as demais, se aperfeiçoa. Ajuda-nos a estabelecer prioridades corretas, não nos deixando escravizar pelos bens materiais (Mt 6.24). Aprofunda nosso vínculo com a igreja e sua missão (Mt 6.21). Gera saúde espiritual na medida em que não apenas recebemos, mas também damos (Mar Morto X Mar da Galiléia) (At 20.35)..
  • SERVIÇO
Na noite da ceia, Jesus ensinou uma importante lição sobre o serviço (Jo 13.12-17). Foi, também, uma lição sobre a humildade, porque os discípulos disputavam posições.
Razões erradas para servir: ativismo – compensação – reconhecimento. Isso não nos aproxima de Deus nem dos outros. Razões corretas: gratidão a Deus – amor ao próximo – crescimento pessoal.
O serviço evidencia e desenvolve a humildade (1Sm 25.40,41).
O serviço nos ajuda a colocar as coisas em suas reais perspectivas (Mt 25.41-45).
O serviço nos dá uma visão correta de nós mesmos (Lc 17.10).
O serviço nos acompanhará pela eternidade (Ap 22.3).
“Quem não vive para servir não serve para viver”. Nas grandes e nas pequenas coisas, o cristão deve lembrar que é um servo de Deus e do próximo. Pode não parecer, mas esta é uma das práticas devocionais mais eficientes.
(*) Pr Marcelo Rodrigues de Aguiar é pastor títular da Igreja Batista em Mata da Praia, professor do SETEBES – Seminário Teológico Batista do Estados do Espírito Santo, bacharel em Teologia e Psicologia, Psicólogo clínico e escritor.

INTRODUÇÃO À LITERATURA APOCALÍPTICA

            

INTRODUÇÃO À LITERATURA APOCALÍPTICA

Autor: Pr. Marcelo Rodrigues de Aguiar (*)apocalipse    
        Definição: um apocalipse é um livro que contém revelações reais ou alegadas de segredos celestiais ou dos eventos que acompanharão o fim do mundo e a inauguração de uma nova época. Os apocalipses floresceram no seio do judaísmo entre 200 aC e 100 dC, imitando o livro de Daniel. Eles surgiram em um meio de perseguição para explicar o sofrimento dos justos e a demora do Reino de Deus, e também para preencher o vácuo profético. Todo apocalipse é escatológico, mas nem toda escatologia é apocalíptica. Escatologia é a “doutrina das últimas coisas”.
            Diferenças entre os gêneros profético e apocalíptico:
PROFECIALITERATURA APOCALÍPTICA
Ênfase na “Palavra do Senhor”Revelações e visões no lugar de “assim diz o Senhor”
Experiências psicológicas e místicas genuínasRevelações e visões como simples recurso literário
Originalmente oralOriginalmente escrita
Fala-se em nome do Senhor diretamente ao povoUsa-se pseudônimos, atribuindo a obra a santos do passado
Uso de símbolos como um dos recursos para a pregaçãoSimbolismo como recurso principal
O nome dos impérios e governantes é explicitamente mencionadoDelineia-se a história sem mencionar nomes históricos, através de símbolos
Ênfase no presente, com profecias para o futuroÊnfase no futuro, que se faz artificialmente presente
Futuro como conseqüência do presenteFuturo independente do presente ou da conduta do povo
Conceito básico do mundo e da redençãoDesenvolvimento deste conceito básico na concepção de duas “eras” separadas pela intervenção divina
Otimismo quanto à era presenteFatalismo, pessimismo quanto à era presente
Exortação moral e religiosaConsolação sem correção
Mensagem clara, compreensível para todosEscrita tanto para esconder quanto para revelar
Visões simples, tiradas da realidade cotidianaVisões fantásticas, espetaculares
Os impérios são instrumentos na mão de DeusOs impérios são adversários de Deus
             Daniel e Apocalipse têm características que os diferem de todos os outros apocalípticos. Foram incluídos no cânon. Não apelam a nenhum santo do passado para ter autoridade. Falam do presente, mas reconhecem que nem tudo se cumprirá nos seus dias. Representam uma inovação, enquanto que os outros são uma simples imitação de fórmulas. O Apocalipse de João é otimista e possui urgência moral e profética: consolação, exortação e evangelismo.
             Livros apocalípticos aC: Daniel, Livro dos Jubileus, 1 Enoque, Os Testamentos dos Doze Patriarcas, Oráculos Sibilinos, Os Salmos de Salomão, A Obra Zadoquita.
             Livros apocalípticos dC: Assunção de Moisés, 2 Enoque, A Vida de Adão e Eva, 2 (4) Esdras, Apocalipse de Baruque, Ascensão de Isaías, Apocalipse de Abraão, Testamento de Abraão, Apocalipse.
             Simbolismo dos números: 1 = unidade, único. 2 = fortaleza, testemunho. 3 = Deus, Trindade. 4 = a terra, o mundo. 5, 10 = perfeição e força humanas. 6 = o mal. 7 = o número sagrado. 3 e meio = tribulação intensa mas passageira.
             O melhor meio de interpretar os símbolos é descobrir a verdade central que está sendo apresentada e não dar muita importância a detalhes.
             Métodos de interpretação de Apocalipse e de Daniel:
  • 1) Futurista: O livro todo trata de eventos do fim do mundo.
  • 2) Histórico: O livro prevê a história da apostasia da igreja católica.
  • 3) Idealista: O livro é uma explicação das forças que conduzem a história.
  • 4) Preterista: O livro todo se cumpriu nos dias do autor.
  • 5) Formação histórica: O livro se cumpriu em maior parte nos dias do autor, mas algumas profecias ainda vão se realizar.
 Posições quando à doutrina do milênio:
1) Pré-milenismo: Jesus volta, há um período de paz, ocorre a rebelião final, vem o juízo final. Pré-milenismo dispensacionalista: a igreja é arrebatada, Israel é salvo sob uma dispensação diferente. Pré-milenismo não-dispensacionalista: é a igreja que se destaca após a volta de Cristo. Existem ainda o pré-milenismo tribulacionanista e o não-tribulacionista, sendo que o tribulacionista se divide em pré-tribulacionista, mid-tribulacionista e pós-tribulacionista. Os pré-milenistas são futuristas. Scofield, Win Malgo, “Deixados Para Trás”.
2) Pós-milenismo: O milênio chega construído pelos cristãos, a igreja se destaca, Jesus volta, vem o juízo final. Muitos americanos. Popular no Séc. XIX.
3) Amilenismo: Não há “milênio”; ele é apenas uma referência da vitória de Cristo sobre Satanás. Não há dispensação especial para os judeus. Jesus volta, vem o juízo final. Muitos eruditos.
Há duas posições antagônicas com respeito à literatura apocalíptica:
1) os livros não são lidos por serem confusos e não apresentarem mensagem prática relevante;
2) os livros recebem o mais alto lugar na Bíblia, pois esclarecem segredos do tempo do fim.
As duas posições são erradas, porque consideram o Apocalipse espiritualmente (devocionalmente) sem valor. “A recusa em estudá-los jamais poderá descobrir os profundos princípios espirituais em que estão baseados; por outro lado, a obsessão de querer relacioná-los com os eventos atuais converte os livros em intrincado enigma para ingênuos, em lugar de apresentar a mensagem espiritual que contém para almas necessitadas” (Rowley).
            Na literatura apocalíptica encontramos princípios espirituais dignos e verdadeiros para todas as gerações. Ela nos mostra que Deus está dirigindo a história, mas que isso não elimina a liberdade humana. O fim do mundo será precedido por um tempo inédito de sofrimento e maldade. O espírito do Anticristo sempre está presente. A fé nasce da experiência com Deus. O Reino de Deus é uma realidade, e sua consumação, uma promessa. Deus pode redimir o mundo e o homem. Deus não abandona o homem em tempos de sofrimento. O julgamento final é uma realidade. Em toda a literatura apocalíptica, há um sentido de urgência, de estar alerta.
FONTES:       ROWLEY, H. H. A importância da literatura apocalíptica. Paulinas.
                         SUMMERS, Ray. Digno é o Cordeiro. JUERP.
                         LADD, G. Eldon. Apocalipse: introdução e comentário. V. Nova.
                         ELWELL, W. Enciclopédia hist. teol. da igreja cristã. V. Nova.
(*) Pr Marcelo Rodrigues de Aguiar é pastor títular da Igreja Batista em Mata da Praia, professor do SETEBES – Seminário Teológico Batista do Estados do Espírito Santo, bacharel em Teologia e Psicologia, Psicólogo clínico e escritor.
“Ó Senhor Deus, tu me examinas e me conheces.
Sabes tudo o que eu faço e, de longe,
Conheces todos os meus pensamentos.
Tu criaste cada parte do meu corpo,
Tu me formaste na barriga da minha mãe.
Eu te louvo (...)
Tudo o que fazes é maravilhoso,
E eu sei disso muito bem.
Prova-me e conhece os meus pensamentos.
Vê se há em mim algum pecado
E guia-me pelo caminho eterno.” (Sl 139.1,2,13,14,23,24-NTLH)
Amo a Deus, o meu Criador, Salvador e Senhor!
Amo a família preciosa que ele me presenteou!
Amo a vida que a cada momento ele me oferece!
“As tuas bênçãos são como alimentos gostosos; elas me satisfazem, e por isso canto alegremente canções de louvor a ti” (Sl 63.5-NTLH)
DOAR ORGÃOS PORQUE É PRECISO
Amo a Deus, o meu Criador, Salvador e Senhor!



Você já se imaginou com uma doença terminal, em uma fila enorme que parece não andar à espera de um milagre que neste caso é um orgão que você precisa para continuar sobrevivendo? Tendo seus dias contados por idas e vindas ao hospital, recaídas e a incerteza pelo dia de amanhã?
Pois bem, eu já vivi esta situação, mas ainda têm pessoas que vivem assim.Sei que é  uma situação muito triste para o paciente que precisa da caridade alheia para conseguir o transplante de um orgão e para a família que aguarda junto  com o paciente.

Pois é no dia 25/11/2005, tive meu sonho realizado, fiz meu transplante renal, hoje agradeço primeiramente à DEUS. À família do doador que em uma hora difícil decidiu salvar outras vidas, por isso tenho um enorme carinho pela família Leôncio. Agradeço também à minha família que  sempre me deu apoio, nos bons e maus momentos de minha vida, e claro não poderia deixar de agradecer à equipe do  HOSPITAL EVANGÉLICO DE VILA VELHA que realizou o meu transplante.