segunda-feira, 17 de outubro de 2011

“O GIGANTE QUE DAVI NUNCA DERROTOU”


I Samuel 11

          Quando chegou o tempo em que Davi teve que enfrentar o seu maior desafio, e travar a sua maior batalha – que não foi, diga-se de passagem, a luta contra Golias -, ele, lamentavelmente, já havia dado muito terreno ao inimigo; ele havia-se enfraquecido por causa das concessões que fez a si mesmo. É até possível que Davi tenha esboçado alguma resistência, mas ele não foi capaz de permanecer firme e derrotar o inimigo. Não desta vez. E, por causa de tudo isso, ele caiu, tal qual Golias havia caído aos seus pés um dia. Tão grande e poderoso Davi havia se tornado no mundo exterior; e, ao mesmo tempo, tão impotente naquele mundo invisível dentro de si... “Pois nós não estamos lutando contra seres humanos, mas contra as forças espirituais do mal que vivem nas alturas, isto é, os governos, as autoridades e poderes que dominam completamente este mundo de escuridão”, diz o apóstolo Paulo em Efésios 6.12.

          Que Davi era um homem valente, habilidoso e combatente, sabemos todos. Quando ainda jovem, ele não somente enfrentou e derrotou ursos e leões, como também venceu o grande, terrível e temível gigante Golias. Com o passar dos anos, sua garra não diminuiu; o capítulo oito do 2° livro de Samuel, por exemplo, relata as diversas vitórias que ele obteve sobre reis poderosos com as suas fortalezas antes denominadas ‘impenetráveis’. Nenhum dos inimigos de Davi conseguiu resistir-lhe e manter-se de pé diante dele. Caíram todos, um a um. Eu disse ‘nenhum’? Esta ascensão meteórica ao sucesso esconde, na verdade, uma outra realidade que se desenrolava, ao mesmo tempo, no interior de Davi. Quando pensamos no grande número de esposas e mulheres que ele vinha acrescentando ao seu harém, percebemos que a sua maneira de lidar com os gigantes de fora era inversamente oposta à maneira como ele havia decidido lidar com o seu gigante interior. Contra os filisteus, amorreus, jebuseus e outros “eus” mais, Davi se mostrou extremamente corajoso e combativo, mas contra o seu próprio “eu” ele foi condescendente, isto é, tolerante, reticente, complacente.

          Houvesse Davi enfrentado o seu gigante interior com a mesma humildade, coragem e confiança em Deus com que enfrentou Golias e os outros inimigos, certamente não teria ele sucumbido diante da beleza de Bate-Seba. Na realidade, ele sucumbiu diante dos próprios desejos, os quais não foram devidamente combatidos, mas alimentados e fortalecidos. Tiago 1.14,15 diz o seguinte: “Mas as pessoas são tentadas quando são atraídas e enganadas pelos seus próprios maus desejos. Então esses desejos fazem com que o pecado nasça, e o pecado, quando já está maduro, produz a morte.”

          O pecado da condescendência ocorre quando somos tolerantes com as paixões carnais que residem dentro de nós; quando, contrariamente ao querer de Deus, nutrimo-las ao invés de combatê-las até à morte (Colossenses 3.5); quando teimosamente insistimos em recuperar e salvar aquilo que Deus já condenou. “Portanto, se o seu olho direito faz com que você peque, ARRANQUE-O e JOGUE-O FORA...” (Mateus 5.29 - grifo meu)

          Tolerância zero com o pecado, já!

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