segunda-feira, 17 de outubro de 2011

“O GIGANTE QUE DAVI NUNCA DERROTOU”

Você por certo já ouviu aquela estória a respeito de uma família na Índia que mantinha uma serpente venenosa dentro de casa como animal de estimação, ou aquela outra estória de outra família que mantinha um filhote de leão como um animal de estimação. Tudo ia muito bem em ambos os casos, obrigado, até o dia em que a serpente venenosa picou e matou uma das crianças, e o leão, por sua vez, cresceu e devorou um dos membros da família. Até aquele fatídico dia, as pessoas brincavam com os animais, alimentavam-nos, e se divertiam. Mas a tragédia pôs um fim a tudo isso. Pergunta-se: os animais foram os culpados de tais mortes? De forma alguma! A culpa, sabemos, foi dos pais que ignoraram o fato de que tanto a serpente quanto o leão são destrutivos por natureza.

     Foi isso o que aconteceu com Davi. Ele decidiu que iria divertir-se com uma prática muito comum aos reis bem sucedidos de sua época: formar haréns com um grande número de mulheres. Davi pensou que poderia valer-se desta prática para satisfazer a paixão que havia em seu coração, e, ao mesmo, exibir a sua fama e poder perante os reis das nações vizinhas. Ele pensou que conseguiria lidar com aquela situação; pensou que poderia alimentar os seus desejos sem se deixar dominar por eles. Mas Davi estava enganado! Então, ele começou a enganar a si próprio. Exteriormente, ele estava apenas fazendo o que todo rei poderoso e bem sucedido da época fazia; mas interiormente, ele estava alimentando uma serpente venenosa. Isso me faz lembrar das palavras do profeta, “A soberba do teu próprio coração te enganou.” (Obadias 3)

     Ninguém confrontava Davi a respeito destas coisas por que ele, afinal de contas, era o rei. Ele tinha o direito de fazer aquilo. Mas, deveria? Deveria ele agir daquela forma? Aquela prática fortaleceria o seu relacionamento com Deus, ou o colocaria numa posição de risco? Infelizmente, como já sabemos, Davi não conversava com Deus a respeito deste quarto escuro da sua alma. E este tipo de silêncio é pecaminoso.

    Se Deus sabia que Davi havia se colocado numa posição de risco, por que Ele não enviou o profeta Natan para advertir o seu servo antes que este caísse? Tenho certeza de que Deus sabia exatamente onde Davi se encontrava naquele momento de sua vida, mas eu não estou tão seguro de que Deus vai nos enviar uma palavra de advertência, ou algo deste tipo, todas as vezes que voluntariamente decidirmos nos expor ao perigo e erro. Deus permitirá que o pecado exerça a sua atração total - e fatal - sobre nós, e também permitirá que façamos as nossas escolhas. Deus permitirá que o pecado siga o seu curso. Mas Ele também nos fará vencer sobre as tentações se humildemente O buscarmos com todo o nosso coração. Se Davi tivesse aberto o seu coração para Deus desde o início, e suplicado por ajuda, proteção e livramento, ele, com certeza, jamais teria se tornado uma vítima dos seus próprios desejos (I Coríntios 10.12 e 13).

     Que nos valha a advertência: tentar vencer um desejo pecaminoso com nossa própria força e sabedoria, ao invés de corrermos para os braços do Pai em busca de socorro, e contarmos a Ele toda a verdade, é como manter uma serpente venenosa, ou um leão, dentro de casa. A ocorrência de uma grande tragédia é só uma questão de tempo.

     “Entreguem todas as suas preocupações a Deus, pois Ele cuida de vocês. Estejam alertas e fiquem vigiando porque o inimigo de vocês, o Diabo, anda por aí como um leão que ruge, procurando alguém para devorar.” (I Pedro 5.7 e 8)

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